Fantasia sem hora para acabar

Ela estava lá

perdida em fantasias

e mentiras sobre si

Ela continuava lá

usando seu lápis de olho

salto alto

vestidos

e adereços

Ela parecia tão segura

de absolutamente nada

Vivia sua personalidade mentirosa

Porque o tudo ao qual ela se referia

era o nada

Ela se adornava com marcaras caras

para esconder uma garota feia

que alisava os cabelos

e se sentia importante pela vaidade

Ela tentava exaltar sua beleza não brasileira

uma beleza robusta e de poucos admiradores

Ela tentava ser compreensiva , amorosa

mas na sua cabeça não existia nada disso

Era uma farsa…

como pessoa

como mulher

como ser.

Se passava por tantos papeis,

fingia tantas coisas banais

sem nenhuma significância

deixando apenas o legado

da fantasia

de viver

cada dia uma personalidade

De querer se render a modernidade

menininha perdida

abusando da sedução

achando que todos os homens estavam beijando seus pés

Se sentia iluminada e digna

de tantos dons

Abusando da auto confiança

era uma narcisa de primeira

que antes nunca fora vista por essas ilhas abafadas

O suor

e a mentira

derretendo em pingos pretos e bege médio

negando a beleza dada

querendo ser alguém

e sendo

essa coisa roubada

esse frenesi

Fantasia sem hora para acabar

 

Ela estava lá

perdida em fantasias

e mentiras sobre si

Ela continuava lá

usando seu lápis de olho

salto alto

vestidos

e adereços

Ela parecia tão segura

de absolutamente nada

Vivia sua personalidade mentirosa

Porque o tudo ao qual ela se referia

era o nada

Ela se adornava com marcaras caras

para esconder uma garota feia

que alisava os cabelos

e se sentia importante pela vaidade

Ela tentava exaltar sua beleza não brasileira

uma beleza robusta e de poucos admiradores

Ela tentava ser compreensiva , amorosa

mas na sua cabeça não existia nada disso

Era uma farsa…

como pessoa

como mulher

como ser.

Se passava por tantos papeis,

fingia tantas coisas banais

sem nenhuma significância

deixando apenas o legado

da fantasia

de viver

cada dia uma personalidade

De querer se render a modernidade

menininha perdida

abusando da sedução

achando que todos os homens estavam beijando seus pés

Se sentia iluminada e digna

de tantos dons

Abusando da auto confiança

era uma narcisa de primeira

que antes nunca fora vista por essas ilhas abafadas

O suor

e a mentira

derretendo em pingos pretos e bege médio

negando a beleza dada

querendo ser alguém

e sendo

essa coisa roubada

esse frenesi

sem hora para acabar.

 

32

Ele era um cara
de aproximadamente 32
um olhar contornado por profundas olheiras
quem sabe trabalho
desenhos
poemas
pensamentos.
Ele era um cara, de aproximadamente 32
corria de maneira engraçada e movia os lábios lentamente
tinha um cabelo bagunçado
e uma personalidade misteriosa
Homens misteriosos
gostam de pinturas e artes visuais
eles me confundem
suas personalidades
Joan Miró
Kandinsky
ideias malucas que eu não seria capaz
O homem de aproximadamente 32
havia tirado meu sono
pelo conjunto de seu esqueleto
maneira de sorrir
andar
de se mover
A maneira como desenhava
ele possuía traços infantis
que na arte me era apaixonante
Homem de aproximadamente 32
me conte uma história
um texto de Edgar Allan Poe
me fale mais sobre você
sobre cores vibrantes
e seus óculos escuros.
Me conte um pouco mais
safra de aproximadamente 32

Bharbara Morato

35

 

35

Eu e meu namorado
conversamos até a madrugada se fazer

Falamos disso, daquilo, daquele outro
coisinhas pequeninas
mas que para nós tem uma galáxia de significados

Fazemos do riso
a coisa mais completa e significativa.

Mas,
apesar de tantos assuntos bailarem pela noite
Um em especial prevalece :

‘Olha amor, seu pézinho cabe certinho na minha mão’

E caímos na risada.

Realmente,
Calçar 35 é puro glamour! 

 

Bharbara Morato

De meia calça vermelha com o relógio marcando meia noite!

Eu andei por ai

pensando em milhares de coisas

sem significado para eles

Vivendo com uma explosão de sentimento

eu caminhei com meus sapatos vermelhos

entre pontas de cigarro

garrafas de cerveja

pessoas se auto afirmando

um circo onde todos queriam atenção

Eu andava cansada

de toda essa gente

minha meia calça estava rasgada

meu cabelo desbotado

enquanto eu enfrentava a chuva

A música tocava

em cada bar

uma melodia diferente

Em cada melodia

um sentimento meu diferente

Eu estava sentindo mais

tudo vibrava intensamente em mim

mas eu sabia que a maioria dos poetas

estavam ficando loucos de tanto sentir

Eram dias em frente a maquina

tentando expor pequeninos sentimentos

quase intransponíveis para uma folha em branco

onde a imaginação podia fluir

Mas, onde estava toda a minha imaginação?

Eu só me sentia cansada e desapontada

com as pessoas

com as esquinas

Eu queria uma fonte nova

queria minha imaginação

Eu sabia que todos os poetas

estavam ficando bêbados

depressivos

enfurnados em algum canto solitário

toda essa coisa de sentir estava

afundando quem mais sabia sentir.

Ana e seu novo mamute

Ela estava tímida
uma mistura de insegurança e segurança
isso causado por suas novas escolhas
Apesa da vida ter lhe apresentado muitas pessoas
naquele exato momento
quando pegou o documento que dizia que ela havia trancado a faculdade
todos os seus amigos evaporaram e resurgiram feito almas curiosas
‘Nossa, porque você fez isso guria? Falta tão pouco’
Mas, todas aquelas pessoas
com suas fofocas e sorrisos multi facetados
cheios de repressão e falta de liberdade
falta de liberdade vinda deles próprios
Estavam presos em seus ninhos
pavorosos ninhos
onde a mudança e a nova perspectiva
era inaceitável
Enquanto isso
a menina loira
de olhos verdes
contruia um novo senso de felicidade
ela estava indo na direção certa
Estava encontrando pessoas pelo caminho
poesias novas
quadros novos
amizades novas
a minha pergunta seria
‘Porque diabos você não fez isso antes?’

para : Ana Carla Bermúdez ,
autora do blog http://mamutefalcatrua.blogspot.com.br/

Teto branco e minhas projeções

Teto branco e minhas projeções

Meus olhos fitam o teto, as paredes, as atividades humanas. Atividades que vão desde a inter-relação até a atitude de se sobressair.
Eu fechava meus olhos após ler algumas linhas escritas por David Foster e revivia alguns de meus momentos, que fluíam constantemente em doses cavalares. Revivia copos de cerveja, palcos, musicas altas, risadas, abraços, flertes, olhares, coisas que eu escrevi, quadros que eu vi, livros que li, gente que conheci na noite, no dia, na hora, no minuto, tudo que eu pudesse viver no minuto, hora, pressa ou calma.

Eu estava afundada, naufragada (se preferem algo mais fino) no meu próprio mar de lembranças e vivencias. Essa nostalgia que não pedia licença, a ânsia, a náusea e a repulsa; Estomago Sartre, Polanski. Eu, antes de cair nesse estado profundo de nostalgia, pensava que essa reflexão dos anos vividos nunca aconteceria comigo. Eu estava lá, vendo minha própria adolescência, juventude e idade adulta sendo transportada para meu teto branco e era como se meus olhos projetassem tudo isso em meu teto,e enquanto isso cartola cantava ao fundo e Foster estava jogado pelo chão.

Essa coisa de não querer aceitar que as coisas mudaram que relações e pessoas sofreram essa mutação, que prioridades foram revisadas. Eu estava a mercê de mim, cometendo um anacronismo gigantesco na minha própria vida e até em minhas vivencias.
Assim como Sartre olhou para a folha em branco, eu olhei para o meu teto branco puríssimo e tracei a perspectiva de um novo traço; Não era nada parecido com Niemeyer ou croquis de grandes importantes. Eu estava de cara limpa revivendo quem eu fui e principalmente quem eu sou. Nesse flash eu vi o amor, o romântico, o desejo, o meu interior, se fosse Marisa diria: ‘Meu Infinito particular’.

Eu estava traçando uma historia meio intelectual meio de esquerda, meio Pessoa, altamente Bukowski, meio Almodóvar, meio tantos outros, porém, eu mesma. Eu estava ali, vivendo minhas mudanças, aceitando minhas novas perspectivas… Eu estava me aceitando!

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